Caderno de Resumos

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RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS 
 
28 de maio de 2015 
 
16h - Palestra de abertura: 
Frases sem texto: fenômeno discursivo, circulação na mídia e desdobramentos em ensino/pesquisa 
Profa. Dra. Maria Cecíia Perez Silva-e-Souza (PUC/SP) 
 
A mídia contemporânea é grande consumidora das chamadas frases sem texto, as quais, por serem interpretadas em um momento e espaço público dados, ajudam a construir questões políticas e sociais. Daí a importância de interpretá-las em diversos contextos de ensino e pesquisa. 
 
17h - Mesa Redonda 1 
Prof. Dr. Paulo Ramos (Unifesp) 
Profa. Dra. Ana Cristina Carmelino (Unifesp) 
Coordenação: Prof. Dr. João Kogawa (Unifesp) 
 
Tiras no ensino-aprendizagem:  um assunto para comentar, compartilhar e até curtir 
Prof. Dr. Paulo Ramos (Universidade Federal de São Paulo) 
 
As tecnologias de informação têm levado o campo dos estudos da linguagem a desenvolver novos conceitos para dar conta das mudanças trazidas pelas mídias virtuais. Letramentos digitais, multiletramentos e multimodalidade são três deles. Afora as diferentes perspectivas teóricas que possam nortear cada um dos conceitos, um possível ponto de convergência é a premissa de que as novas mídias são meios de produção de conhecimento, mesmo que isso ocorra em atividades ainda distantes do ambiente escolar, como os games e as redes sociais. Esta exposição objetiva demonstrar que o contato com uma dessas produções, as tiras virtuais, pode ser um instrumento bastante amplo de estratégias linguísticas de produção de sentido a serem trabalhadas em atividades de ensino-aprendizagem. Circulando em sites autorais, blogs e em redes sociais, esses textos multimodais demandam do leitor o domínio de diferentes mecanismos, tanto textuais quanto hipertextuais, que casam com as propostas de aplicação de gêneros que envolvam letramentos digitais (COSCARELLI; RIBEIRO, 2007) e multiletramentos (ROJO, 2012, 2014) no meio escolar. A análise irá tomar como base tiras nacionais para demonstrar como elas circulam nos variados ambientes virtuais e como se dá o contato interacional com aquele conteúdo. 
 
Porta dos Fundos no Ensino? Por que não? 
Profa. Dra. Ana Cristina Carmelino (Universidade Federal de São Paulo) 
 
As novas tecnologias modificaram radicalmente o modo de interação entre as pessoas e os modos de acesso à informação. Esse contexto contemporâneo tem levado os estudantes a terem contato com formas diferentes de leitura e de escrita. Do ponto de vista do ensino-aprendizagem, o novo cenário tem levado a dois comportamentos: os que ainda se ancoram nos métodos pedagógicos tradicionais e, por outro lado, aqueles que enxergam nas novas tecnologias formas de transmissão de conteúdos e de aprendizagem. Neste último caso, como aponta Prensky (2001), parte-se da premissa de que o acesso a games, vídeos e redes sociais podem representar fontes de saber. Baseados nesses preceitos, pretende-se, com esta exposição, demonstrar como vídeos humorísticos demandam variadas estratégias para a produção de sentido. O recorte de análise será uma mídia específica, esquetes criados pelo grupo brasileiro Porta dos Fundos para o YouTube. A análise mostrará que um gênero tão popular da internet e entre os alunos, se trazido para a realidade de ensino-aprendizagem, pode ser uma forma rica, e mais atraente, de domínio de conteúdos discursivos. 
 
19h - Palestra 2: 
Alcances e limites das mídias na escola Profa. 
Dra. Maria da Graça Setton (USP) 
 
Ainda que o interesse entre educação e mídias venha crescendo de maneira significativa no campo universitário, muito ainda precisa ser feito. Neste sentido, a palestra visa fazer algumas considerações de ordem metodológica a fim de instrumentalizar a prática de pesquisa e reflexão sobre o tema.  Tomando como base a dificuldade de se olhar o fenômeno da educação e das mídias como fatos articulados, busca-se trazer uma perspectiva relacional e processual dos dois processos com a intenção de ampliar e consolidar as representações sobre ambos. 
 
29 de maio de 2015 
 
16h30 - Mesa Redonda 2: 
Profa. Dra. Beltrina Côrte (PUC/SP) 
Profa. Dra. Marina Mendonça (Unesp/Araraquara) 
Prof. Dr. João Kogawa (Unifesp)
Coordenação: Prof. Dr. Carlos Renato Lopes (Unifesp)
 
Os discursos da longevidade nas mídias 
Profa. Dra. Beltrina Côrte (PUC-SP)   
 
Para se entender os discursos vigentes sobre o longeviver humano é necessário retomar os discursos teóricos que fundamentaram os estudos sobre o envelhecimento e a velhice e como estes repercutem até hoje nas mídias e, consequentemente, em cada um de nós. O que elas falam sobre como e por que envelhecemos? Qual é a representação do discurso classificatório veiculado nos mais diversos veículos de comunicação? Afinal, qual é o discurso da mídia sobre a etapa da vida mais longa da existência humana? Estas questões norteiam o debate, o qual pretende chamar a atenção para a construção de discursos que levem à uma nova postura da sociedade ante a profunda mudança da estrutura etária da população. 
 
Práticas de escrita na escola e na mídia: reflexões sobre autoria 
Profa. Dra. Marina Mendonça (Unesp-Araraquara) 
 
A presença das pesquisas desenvolvidas pela Linguística em documentos oficiais direcionados ao ensino/aprendizagem, em materiais didáticos e em práticas de uso linguístico na escola é indiscutível e tem sido estudada nas últimas décadas. No entanto, há inúmeras atividades que envolvem aprendizagem informal de uso da linguagem que circulam na internet (em, por exemplo, sites educacionais, blogs de professores, aulas no YouTube) e que demandam novas pesquisas, já que complementam as atividades escolares no uso orientado pela curiosidade do internauta. Há também que se destacar, reforçando essas práticas de aprendizagem informal, a força do mercado editorial, que coloca em circulação publicações/guias para um bom desempenho no uso linguístico, como é o caso de periódicos que têm por público alvo principal o professor e em que se materializam discursos produzidos em diferentes esferas: científica, pedagógica, artística, entre outras. Considero aqui essa materialização do discurso da Linguística na mídia em contexto de aprendizagem informal. No caso, o recorte que faço é o discurso sobre “autoria” quando o tema é a produção escrita escolar. O interesse é destacar algumas abordagens do tema feitas por analistas do discurso brasileiros e refletir sobre sua ressignificação em discursos sobre as práticas de escrita escolares na mídia. 
 
A crítica na mídia: uma análise da recepção de I, Frankenstein  
Prof. Dr. João Kogawa (UNIFESP)
 
Barthes nos diz que o mito é uma fala. Seguindo esse postulado, este artigo levanta algumas questões sobre o cinema na atualidade para compreender aspectos da “retórica da imagem” na sétima arte. A tecnologia 3D, mais do que um artefato técnico, é entendida aqui como potencialidade linguageira que atende a uma urgência atual: a inserção participativa do outro no mundo virtualizado. Nesse sentido, tomamos como ponto de partida as críticas feitas  à nova versão do filme Frankenstein na mídia como um espaço de tensão entre uma retórica 3D – mito contemporâneo da inclusão participativa – e uma vontade de originalidade que visa inserir o filme em uma “tradição clássica”.   
 
19h - Mesa redonda 3 
 
Hipóteses de trabalho sobre/com relações intercenográficas  
Prof. Dr. Roberto Leiser Baronas (UFSCar/CNPq) 
Lígia Mara Boin Menossi de Araujo (UFSCar/Fapesp)   
 
Nesta comunicação, de natureza teórico-prática, com base em uma leitura discursiva de quatro outdoors, dados a circular em 2007 por conta de uma campanha publicitária de uma empresa brasileira de hortifrutigranjeiros, perscrutamos a hipótese de se tratar didaticamente tais plataformas discursivas com objetivo de auxiliar no trabalho de produção de textos e leitura na escola. Fundamentamos epistemologicamente e metodologicamente nossa proposição na tríade conceitual: cena englobante; cena genérica e cenografia, proposta por Dominique Maingueneau (2006) no âmbito dos estudos do discurso. Palavras-chave: Discurso; gênero discursivo, leitura e produção de textos na escola. 
 
Produzir textos no Ensino Médio: entre o ENEM e a multimodalidade 
Profa. Dra. Ana Elisa Ribeiro (CEFET/MG)
 
O professor que atua com estudantes de Ensino Médio sabe a pressão que sofre em sala de aula com relação à “redação do ENEM”. A despeito da existência de quase fórmulas da boa escrita e do conhecimento de certos padrões para “ir bem” nesse episódio da vida estudantil, é importante tratar a produção de textos como uma competência para a vida e para todas as etapas da formação, inclusive a superior. Apresento, nesta oportunidade, alguns resultados de pesquisas e experiências que tenho tido com estudantes de terceiro ano do EM, em uma escola pública federal, especialmente aquelas que se relacionam à escrita de textos que demandam a orquestração de mais linguagens, tais como a imagem, por exemplo. Com base em alguns preceitos de Kress (2003) e na semiótica social, venho buscando compreender a produção textual desses jovens em relação à paisagem midiática atual. 
 
O conflito representacional acerca dos rolezinhos na mídia brasileira 
Prof. Dr. Paulo Roberto Segundo (USP) 
 
No final de 2013 e no início de 2014, os rolezinhos — encontros de jovens realizados, primariamente, em shopping centers de grandes centros urbanos — tornaram-se notícia nacional e centro de calorosas polêmicas na mídia brasileira, mobilizando especialistas de distintas áreas, que tendiam a polarizar os eventos como manifestações orientadas ora pela diversão, ora pela contestação social. Notícias, reportagens, editoriais e artigos de opinião sobre o tema tomaram uma série de jornais e portais na internet. A questão chegou, inclusive, a ecoar na imprensa internacional. Nosso objetivo, neste trabalho, é examinar essa polêmica representacional instaurada no debate público acerca dos rolezinhos, a partir de uma abordagem cognitivista (Hart, 2010, 2014; Chilton, 2005; Cap, 2013) aplicada aos estudos crítico-discursivos (Fairclough, 2003, 2010; van Dijk, 2003). Em termos metodológicos, resolvemos trilhar um caminho diferenciado: tomamos como ponto de partida a entrada Rolezinho na Wikipedia e, a partir daí, examinamos os textos hiperlinkados, buscando depreender que discursos circulavam acerca desses jovens e de seus encontros e de que forma as construções linguísticas instanciadas ativavam, potencialmente, determinadas conceptualizações que favoreciam posicionamentos ideológicos específicos.  Nesse processo, detectou-se uma série de conflitos representacionais, que abarcavam desde a apropriação do espaço — público e/ou privado? —, passando pela segregação socioeconômica e chegando ao direito à manifestação e à propriedade.